sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

AS MELHORES DÉCADAS DA HISTÓRIA DA FÓRMULA INDY



Decidi fazer um post com uma classificação sobre os melhores períodos da história da Fórmula Indy (AAA, USAC, CART e IRL), já que em 2009, segundo alguns historiadores, ela completa 100 anos. Segundo outros a data do centenário será 2016 e outros alegam já ter sido em 2002. O que importa é que essa série tem muita história e aqui vai a minha opinião sobre os melhores períodos das corridas de Indycars e os porquês.

1° lugar: F-Indy da década de 1990


Melhor período da história do automobilismo Americano!Uma fase muito internacionalizada da Indy, a CART de então fazia corridas em 5 países no final da década, tinha pilotos internacionais aos montes, ótimos carros, motores turbos, 4 fabricantes de motores, 4 fabricantes de chassis, alto nível, patrocinadores de peso, transmissão de ótima qualidade na TV, enfim, quem viu, sabe do que estou falando. Só lembrar dos feitos de Alessandro Zanardi, Greg Moore, Paul Tracy, Emerson Fittipaldi, Michael Andretti, Al Unser Jr, dentre outros, e as meteóricas passagens de Nigel Mansell, Jacques Villeneuve, André Ribeiro e Juan Pablo Montoya também marcaram. O único ponto negativo foi que nesta mesma época aconteceu a Cisão de 1996, onde se separaram a CART e a IRL, mas nos primeiros anos após o fato o prejuízo não foi muito sentido, a coisa só pegou mesmo após 2001.


2° lugar: F-Indy da década de 1980
Segunda melhor década da história centenária da F-Indy, só foi superado pelos anos 90 que nada mais foi do que a continuação e evolução da década de 80. Neste período a Indy, sancionada pela CART, começou a fazer corridas em circuitos de rua, que rapidamente se tornaram populares. Surgiram grandes e renomados pilotos, como Bobby Rahal, Emerson Fittipaldi, Danny Sullivan, Michael Andretti, Al Unser Jr, além do retorno de Mario Andretti. A televisão começou a ter maior presença na categoria nesta década, e a fórmula do calendário alternar circuitos mistos e ovais ganhou força. E os carros? Já eram fortes, robustos e potentes, com motores turbos, embora com menor número de fabricantes do que viria a ter futuramente, nos anos 90. Lembrar que nesta década a Indy não saía da América do Norte, mas estava pavimentando o caminho da internacionalização. Foi uma década segura, com apenas 3 acidentes fatais em todo o período.

3° lugar: F-Indy da década de 1960
Uma fase menos lembrada pelos amantes do automobilismo mais jovens. Mas quem pesquisou um pouco de sua história, descobriu uma fase super interessante da Fórmula Indy nesta década, principalmente entre 1965 e 1970. A começar pelos nomes de peso que compunham o grid da categoria: A.J.Foyt, Mario Andretti, Al Unser, Bobby Unser, Johnny Rutherford, Gordon Johncock. Todos surgidos nesta década e que se tornaram os maiores nomes da história centenária das Indycars. Nesta mesma época os principais pilotos da Fórmula 1 vinham aos EUA correr nas 500 Milhas de Indianápolis, tanto que Jim Clark e Graham Hill venceram esta prova em 1965 e 1966 respectivamente. Os carros? Estavam mudando, adotando o motor traseiro, já em moda na Europa, e aposentando os “Roadsters” dos anos 50. Como era uma época mais romântica do próprio automobilismo, havia uma variedade grande de chassis no grid. Numerosidade esta que durou até o final da década de 70, pois construir um chassi de competição não era tão caro e exigente como passou a ser a partir dos anos 80. Os motores Offenhauser continuavam fortes, mas o surgimento dos motores Ford foi uma tônica no campeonato. As corridas? A melhor parte. Foi o período em que a USAC aglutinou no calendário de seu “National Championship” (a F-Indy de então) uma varidade de circuitos nunca antes vista na história: Os autódromos mistos entraram pela primeira vez, ainda havia corridas em ovais de terra (as “Dirt tracks”), provas de subida de montanha (em Pike’s Peak), além dos ovais pavimentados. Os ovais de Phoenix e Michigan surgiram nesta década. E as primeiras corridas válidas pelo campeonato realizadas fora do território americano também: Em Mosport e Mont-Tremblant, no Canadá, em 1967. Em 1971, quando este período se encerrava, e outro se iniciava, a Indy correu no Autódromo de Rafaela, na nossa vizinha Argentina, em um oval que existe lá.Podemos dizer que a Indy entre 1965-1970 foi uma “preliminar” do que teríamos nos fabulosos anos 80 e 90.

4° lugar: F-Indy da década de 1970
Esta década também foi muito boa. Mas porque ela ficou abaixo da década que veio antes, os anos 60? Houveram dois fatos que jogaram a Indy da década de 70 um pouco abaixo do esperado quando se olha o retrospecto de outros períodos. O primeiro, e mais importante, foi de 1970 para 1971, quando a USAC, comandada pelo homem-forte Tony Hulman (avô do atual homem-forte da Indy/IRL, Tony George) decidiu separar os eventos pelo tipo de pista, excluindo do “National Championship” as provas em autódromos mistos e ovais de terra. As corridas nas “Dirt tracks” foram para o campeonato de midgets da entidade, que existem até hoje. Os autódromos mistos, foram para a já existente Fórmula 5000, enquanto outros circuitos acabaram fechando, como Continental Divide no Colorado e Stardust em Las Vegas. Assim, a década de 70 teve uma F-Indy parecida com a IRL de 1996-2004: Somente em circuitos ovais pavimentados, entre 1971 e 1976, embora isto favoreceu o surgimento de novas pistas desse tipo, como Ontário na Califórnia, College Station no Texas e Pocono na Pennsylvania. A fórmula de alternância de tipos de pistas esteve em baixa nesta década. O mesmo ocorreu com a presença dos pilotos de Fórmula 1 nas 500 Milhas de Indianápolis, que com a profissionalização daquela categoria européia, deixaram de vir aos EUA disputar a tradicionalíssima corrida.Mas houveram muitos pontos positivos, e eles tem que ser ressaltados. A começar pelos grandes pilotos, que estavam em sua melhor forma, como A.J.Foyt, os irmãos Unser, Rutherford, Johncock, o surgimento de Tom Sneva, e o sucesso de Mario Andretti na Fórmula 1 deu mais publicidade para a existência da Indy fora dos EUA. A categoria correu na Argentina em 1971, e fez duas provas na Inglaterra em fins de 1978 (Silverstone e Brands Hatch). Voltou a correr no Canadá em 1977. E a variedade de chassis prosseguia intensamente, com a entrada de um braço da McLaren na F-Indy, na época comandada por Teddy Mayer. Outro ponto positivo (e muito!) é que de 1973 até 1982 a Fórmula Indy não registrou uma única morte sequer! Foi o maior período sem vítimas fatais na história da categoria. E incluindo mecânicos, fiscais de pista e espectadores, não apenas pilotos.E para encerrar, a década de 70 encerrou com um fato que viria a mexer profundamente com a categoria pelos 30 anos seguntes: A cisão de 1979, onde surgiu a CART, se aproveitando dos escombros da USAC após a morte do homem-forte Tony Hulman em 1977, e do acidente aéreo de 1978 que vitimou 12 membros do alto escalão da entidade. Os ressentimentos gerados por essa cisão de 1979 viriam a gerar outra cisão, em 1996, que durou 12 anos e só terminaria em 2008.

5° lugar: F-Indy da década de 1920
Um período tão distante dos dias atuais, mas tão fabuloso e rico! A Fórmula Indy dos anos 20 (American Automobile Association National Championship) foi um retrato do período de euforia vivida pelo próprio país durante esta década. Os EUA estavam vivendo o período de pujança econômica gerada pela Primeira Guerra Mundial na Europa, haviam se tornado credores mundiais e super-potência. Ao som do Charleston e da proibição de bebidas alcoólicas, enquanto Al Capone impunha o terror com suas gangues em Chicago, um interessante autobilismo estava acontecendo por todo o país em circuitos ovais de madeira! Isso mesmo, os ovais da década de 20 eram construídos com piso de tábuas, estrutura de madeira, e assim faziam as curvas inclinadas, em pistas de 1 ou 2 milhas! Nenhuma dessas pistas existe mais, só o de Indianápolis, que naquela época tinha pavimento de tijolos. As corridas começaram a ficar perigosas, com um aumento no número de fatalidades, mas era absolutamente incrível o empreendedorismo de quem comandava a F-Indy de então, seja construindo os ovais de tábuas, seja construindo os carros da era romântica das corridas, e seja competindo de verdade, como Tommy Milton, Jimmy Murphy, Louis Meyer e Peter de Paolo.

6° lugar: F-Indy da década de 1950
Os anos 50 marcaram o ressurgimento da F-Indy após 20 anos complicados, pois os anos 30 foram marcados pela Grande Depressão Econômica dos EUA, e os anos 40 pela Segunda Guerra Mundial, e tudo isso gerou fatores econômicos que complicaram, e muito, a categoria, bem como seu brilho. Claro que após os anos 50 a Indy viveu eras ainda melhores, mas esta década teve lá seu charme. É certo que os tipos de carros dos anos 50 eram os imensos “Roadsters” de motores dianteiros, que sobreviveram até meados da década de 60, e suas corridas eram majoritariamente disputadas em ovais de terra, as “Dirt tracks”. Tal época da Indy é muito semelhante aos carros, pistas e corridas das mais recentes categorias de midgets dos EUA. Mas os ovais pavimentados começaram a ter mais presença neste período, e além de Indianápolis, pavimentado no final da década de 30. A “milha de Milwaukee” também foi pavimentado nos anos 50. O oval de Trenton, em Nova Jersey também data deste período, e com o recente surgimento da NASCAR, em 1948, pipocaram ovais pavimentados no Sul dos EUA, e a Indy de então chegou a fazer algumas poucas corridas por lá, em Darlington e Daytona (em 1959, após a inauguração). O modelo da Indy de então se manteve estável até meados da década de 60. Foi nesse ambiente que brilharam Tony Bettenhausen, Jimmy Bryan, Rodger Ward e, já no início dos anos 60, surgiu o maior de todos: Anthony Joseph Foyt Junior, o A.J.Foyt. A década de 50 também foi marcada por fatos interessantes, como a mudança de comando ocorrida em 1956, saiu a AAA (assustada com a tragédia de Le Mans’55 na Europa) e entrou a recém-fundada USAC, que passaria a ser comandada pelo dono do autódromo de Indianápolis, Tony Hulman, dando a ela um real ar de “Indy”, de uma categoria “de Indianápolis” mesmo.Outro fato foram as 500 Milhas de Indianápolis do período contarem pontos para o recém-fundado campeonato mundial de Fórmula 1. Pilotos e equipes europeus não vinham disputar a prova, que permanecia feudo dos americanos. O número de acidentes fatais era bastante alto nesta década, tendo vitimado o tricampeão Jimmy Bryan em Langhorne 1960 e o bicampeão Tony Bettenhausen em treinos para Indianápolis 1961.

7° lugar: F-Indy da década de 1910
Outro período distante e interessante, e para nós, que vivemos no final da década de 2000 e início da década de 2010, podemos ter a noção de que tudo isso se passou há quase 100 anos! Impressiona. Um século atrás as 500 Milhas de Indianápolis estavam começando, pois o autódromo tinha sido construído em 1909 e pavimentado com tijolos em 1910. Antes disso a AAA sancionava corridas nos EUA, mas não havia criado um campeonato, algo que só ocorreu em 1916. Após alguns anos, em 1921, a entidade retroagiu até 1902, criando campeonatos e campeões para cada um destes anos levando em conta os resultados das corridas que ela havia sancionado, e foi nesta época que grandes pilotos dominavam as pioneiras corridas de Indy. Louis Chevrolet, Earl Cooper, Ralph Mulford, Ralph de Palma e Dario Resta. Campeões nos primeiros anos, estrelas da recém instituída 500 Milhas de Indianápolis. Os carros não eram muito velozes, e por isso mesmo os acidentes fatais se mantinham em números aceitáveis. As corridas se passavam em uma variedade de pistas, dando a fórmula pela qual a categoria acabou seguindo e saindo dela por várias vezes em sua centenária história. Os ovais de terra começavam a ser usados, pois eles eram pistas onde se disputavam corridas de cavalos nos “Fairs Parks” de cada Estado. Os primeiros ovais de tábuas também surgiram na década de 1910, e ainda corriam em alguns circuitos de estradas na Califórnia, Illinois e outros estados. O único fator que atrapalhou um pouco neste início foi a Primeira Guerra Mundial, que interrompeu o recém-instituido campeonato por dois anos, por motivos de esforço de guerra e racionamento entre 1917 e 1918. Mas logo em seguida voltou a bilhar, ainda mais, na década de 20.

8° lugar: F-Indy da década de 2000
Sim, agora vamos falar do presente, e do passado recente. Houveram fatores positivos nesta década de 2000, que tem de ser lembrados. A internacionalização iniciada nos anos 80, aprofundada nos anos 90, se manteve na década de 2000, principalmente no número de pilotos. A maioria dos vencedores de corridas de Indycars nos anos 2000, seja pela CART ou IRL, nasceram fora dos EUA. Eventos fora da América do Norte prosseguiram, como os eventos em Motegi no Japão e Surfers Paradise na Austrália. A CART fez corridas na Europa, local onde a Indy tinha estado somente em 1978, dessa vez com novos eventos na Inglaterra e Alemanha entre 2001 e 2003, e nos “países baixos” em 2007, com corridas em Zolder e Assen. As corridas em ovais, principalmente as da IRL, se tornaram mais emocionantes, com várias chegadas lado a lado entre 2002 e 2006, e a mais recente delas em Chicago 2008, provas onde o vencedor era conhecido nos centésimos de segundo, e em várias delas houveram as mais apertadas chegadas da história do automobilismo mundial em todos os tempos. Pilotos de bom nível continuaram a aparecer, e foram a renovação da Indy após a saída dos grandes campeões dos anos 80 e 90, e apesar da resistência de alguns, devemos reconhecer o valor de Sebastien Bourdais, Paul Tracy, Sam Hornish, Scott Dixon, Tony Kanaan, Dario Franchitti, Dan Wheldon e Helio Castroneves.Porém, os fatores positivos acabam por aí. A década de 2000 foi marcada pelo aprofundamento da cisão entre a CART e a IRL, ocorrida ainda em meados dos anos 90. Quando a CART começou sua decadência, em fins de 2001, não houve outro campeonato de igual nível técnico, os que mais se aproximaram foram os da IRL de 2005 e 2008, sendo neste último ano o da Fórmula Indy já reunificada, terminando 12 anos de cisão.Mas como a reunificação só ocorreu já no final da década de 2000, a maior parte da década conta a história de duas fórmulas Indys, cada uma tirando forças da outra, e ambas dando espaço para outras categorias crescerem e tomarem parte de seu público dentro e fora dos EUA, como é o caso da NASCAR e da Fórmula 1, respectivamente.A alternância de circuitos esteve em baixa em alguns campeonatos, principalmente os da IRL entre 1996 e 2004, e os da CART, já rebatizada de “ChampCar” entre 2004 e 2007. Enquanto que a primeira, comandada por Tony George, neto de Tony Hulman, só realizava corridas em circuitos ovais pavimentados, a segunda, já em sua fase controlada pelo aventureiro Kevin Kalkhoven, estava abolindo corridas em ovais, promovendo um calendário com predomínio de pistas de rua e circuitos mistos, sendo a última temporada da história da CART/ChampCar, em 2007, totalmente realizada sem os ovais, fugindo da essência da Indy.Com a introdução de circuitos mistos na IRL, a partir de 2005, e a fusão das Indys em 2008, o futuro aponta uma boa e ideal alternância entre ovais em mistos. Para 2009 teremos 10 corridas em ovais e 8 em mistos, uma boa proporção.Os acidentes fatais continuaram a acontecer na Indy, em um período onde se erradicou as mortes da Fórmula 1 e da NASCAR, que um dia já foram verdadeiros “açougues”. Dois pilotos, Tony Renna em 2003 e Paul Dana em 2006 foram as vítimas, na IRL, e por muito pouco o mineiro Cristiano da Matta não foi outra vítima, na CART/ChampCar em 2006, o mesmo ocorrendo com o legendário Alessandro Zanardi na primeira corrida da CART em território europeu, Lausitzring 2001, tendo sobrevivido a uma dupla amputação das pernas devido a um terrível acidente.Os patrocinadores de peso do passado, já não tem mais a mesma presença de peso nos dias atuais, tendo restado algumas nas principais equipes, enquanto que em todo o mundo a erradicação da publicidade do tabaco entre 2003 e 2005 também influenciou na perda de fortes patrocínios de outrora.Os carros, que nos anos 90 eram robustos, potentes e com diversas marcas de chassis e pneus, passou por um processo de padronização e saída de fabricantes na década de 2000, por conseqüência da cisão. Enquanto que Toyota e Honda migraram da CART para a IRL entre 2002 e 2003, levando consigo várias equipes da ChampCar para usarem propulsores na categoria dos ovais, a categoria que tinha acabado de entrar em decadência passou vários anos usando o mesmo conjunto chassi-pneu, com o mesmo projeto de 2002. Um Lola-Cosworth. O mesmo acabou ocorrendo na IRL a partir de 2006, pois no final de 2005 a Toyota e a Chevrolet abandonaram a Indy Racing League, deixando a Honda sozinha como única fornecedora de motores, que se mantém até os dias atuais, enquanto que os chassis passaram a ser somente os Dallaras de 2003 (muito criticados pelos fãs, por sua falta de estética). Em 2007 a ChampCar estreou novos chassis, os Panoz, criticado por alguns por se parecer demais com um Fórmula 1, e não com um IndyCar, porém durou somente 1 ano pois o campeonato não tinha mais fôlego financeiro para continuar a existir e aceitou a sua incorporação pela ex-rival IRL.Com vários aspectos negativos, a década de 2000 deu aos fãs da Fórmula Indy uma sensação de desgosto e apatia com tanta confusão e divisão. Confusão com os nomes das categorias, confusão sobre qual categoria é aquela onde está correndo determinado piloto famoso. Confusão que afastou torcedores, patrocinadores e espaço na mídia, fazendo-os migrarem para as mais estáveis Fórmula 1 e NASCAR.Mas o futuro acena melhores dias.Com a recente fusão da CART com a IRL, e um bom campeonato em 2008, com novos vencedores (alguns deles com bom apelo popular, como o “teen” Graham Rahal, filho do tricampeão da CART Bobby Rahal, e a primeira mulher a vencer no automobilismo de ponta, Danica Patrick) a atenção da mídia para a Fórmula Indy aumentou, o campeonato voltou a crescer no último ano, e está em um processo de reabilitação, em recuperar a sua credibilidade do passado. Para 2011, ano do centenário das 500 Milhas de Indianápolis, base de criação da Fórmula Indy ao longo da história, um novo regulamento técnico deve entrar em vigor, com a volta dos motores turbos, e o projeto de um novo chassi. Se a crise financeira internacional não atrapalhar, a Indy de hoje tem tudo para voltar a seus grandes dias em breve, e colocar a década de 2010 certamente entre as melhores de toda a história da categoria.

9° lugar: F-Indy da década de 1940
A década de 40 é difícil de ser listada entre as melhores, pelo simples fato de que metade deste período foi de total inatividade das corridas. O motivo: a Segunda Guerra Mundial. Embora nos dois primeiros anos, 1940 e 1941, houve campeonato e 500 Milhas de Indianápolis, a Fórmula Indy ainda estava na fase encolhida após a Grande Depressão dos anos 30, e com o ataque japonês de Pearl Harbour em dezembro de 1941, todo o automobilismo foi inteiramente paralisado para que o esforço de guerra americano se concentrasse em vencer o Eixo.A Fórmula Indy, regida pela AAA, voltou a atividade com as 500 Milhas de Indianápolis de 1946, e uma nova era se iniciava no mundo, e também na história da categoria: Tony Hulman, rico empresário de Terre Haute, Indiana, compra o Indianápolis Motor Speedway, e nas décadas seguintes se tornaria o homem-forte das Indycars até sua morte em 1977, deixando de herdeiro o seu neto, Tony George, atual homem-forte da categoria.Os 4 anos de atividades da Indy na década de 40 foram de reestruturação após a guerra e a crise econômica, foi o período onde se resgatou o que era o campeonato antes de todas essas turbulências mundiais que a atrapalharam. Corridas em ovais de terra eram praticamente predominantes no campeonato, e somente as 500 Milhas de Indianápolis era realizada em um oval pavimentado. Ted Horn e Bill Holland foram os grandes nomes, sendo o primeiro uma vítima fatal de acidente nas corridas, no oval de DuQuoin, Illinois, e o segundo o piloto que mais venceu corridas de Indycars sem nunca ter sido campeão, feito igualado por Helio Castroneves na última corrida de 2008. Ambos tem 20 vitórias de Indy e nenhum título.

Último lugar: F-Indy da década de 1930
Sobrou para a década de 30 o título de “pior década da história da Fórmula Indy”. A razão foi totalmente simples, a Grande Depressão Econômica gerada pela superprodução americana combinada com a estagnação dos mercados internos e externos e a quebra da bolsa de valores de Nova York em 1929. Com o estouro da crise, na virada da década de 20 para a década de 30, a categoria sentiu o baque em pouco tempo. A partir de 1931 vários ovais de tábuas, palco das românticas corridas dos anos 20, foram demolidas, por causa de seus altos custos de manutenção, e suas madeiras reaproveitadas na construção civil, que não tinha recursos para a compra de melhores materiais. Os construtores de carros ficaram sem dinheiro, o que inviabilizou a continuação de vários automóveis e pilotos nas pistas. O número de corridas se reduzia a cada ano, chegando ao cúmulo de haver apenas 2 eventos em 1938, sendo um deles as 500 Milhas de Indianápolis. O campeonato foi realizado em todos os anos da década de 30, não chegando a parar, porém seu enfraquecimento causou uma perca do brilho vigoroso dos anos 20. Os carros tinham a mesma configuração pré-depressão, e as únicas atividades que mantinham a Indy com ao menos um pouco de brilho era a realização anual das 500 Milhas de Indianápolis, que concentrou todos os escassos investimentos americanos disponíveis para o automobilismo na década de 30, e a realização de duas etapas da “Vanderbilt Cup” no Roosevelt Raceway, em Long Island, Nova York, que atraiu famosos pilotos e carros europeus da época, como Tazio Nuvolari e a Alfa Romeo, e Bernd Rosemeyer e a Auto Union. A Fórmula Indy não era nem sombra do que tinha sido 10 anos antes, e do outro lado do Atlântico o automobilismo europeu vivia um de seus melhores períodos na história. Mauri Rose, Wilbur Shaw e Rex Mays foram os nomes da Indy no período.

E PARA VOCÊ? QUAIS FORAM AS MELHORES DÉCADAS DA HISTÓRIA DA INDY?
POSTE NOS COMENTÁRIOS.

2 comentários:

  1. Po antonio, muito bom teu texto. Não sabia bulhufas da história da AAA/USAC/Indy, agora já tenho um conhecimento mais amplo. Muito bom!

    Para mim, a melhor decada foi mesmo a de 90, principalmente porque foi a unica decada que acompanhei de perto. Realmente, o que a decada de 90 foi chata na F1, a decada de 90 da IRL foi sensacional!

    Abraços!

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  2. acho difícil a indy voltar a ser o que era se não houver um investimento pesado em novos pilotos, como, por exemplo, barrichello e coulthard.
    parabésn pelo post, começou muito bem o blog!

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