sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

A CART/CHAMPCAR FALHOU EM RENASCER DAS CINZAS


Muitos pensam que eu não gostava da CART/ChampCar, mas se engana.Eu apenas não acreditava mais em seu ressurgimento após o final de 2003, e por conseqüência acreditava que o melhor caminho do “open-wheel americano” (ou das categorias Indy) seria a fusão da CART com a IRL, que felizmente ocorreu em fevereiro de 2008.

Mas a ChampCar, temos que ser realistas, desperdiçou inúmeras oportunidades de renascer, já que continuou como entidade sancionadora e com campeonato próprio após a venda do espólio da CART para a OWRS em Janeiro de 2004.

Controlada pelo quarteto liderado por Kevin Kalkhoven, que também contava com Gerald Forsythe, Paul Gentilozzi e Carl Russo, a ChampCar procurou trilhar um caminho diferente da rival IRL, descaracterizando o que o “open wheel americano” sempre foi.

Houve acertos, como o mesmo conjunto chassi/motor/pneu para todos os carros, procurando baratear os custos, bem como manter a realização de provas fora do território americano, como no Canadá, México, Austrália e Europa (este último após 2007).

Outro acerto foi tentar correr em mais circuitos de rua em mercados importantes, como o Texas (com a corrida noturna no Reliant Park, em Houston), o Norte da Califórnia (substituindo o isolado autódromo de Laguna Seca pelo circuito nas ruas de San Jose, no riquíssimo Vale do Silício) e com o bem sucedido evento no aeroporto de Edmonton, no Oeste do Canadá.

Mas erraram ao adotar regras diferentes do que havia até então na CART. A começar por um sistema de pontuação diferente, mais confuso, com pontos de números ímpares para as principais posições, o que dificulta as “contas de cabeça” por parte dos fãs.

Outro erro foi em 2007, a adoção da largada parada, igual a que a Fórmula 1 faz. Nenhuma categoria de automobilismo dos EUA ousa adotar outro sistema de largada que não seja o “em movimento”, com a bandeira verde sendo agitada.

E outro erro, fatal, foi ter partido para a política de extinguir os circuitos ovais do calendário.

E oportunidades não faltaram para conseguir corridas em circuitos ovais.

Quando a IRL descartou corridas nos ovais de St.Louis (após 2003), Phoenix e Fontana (após 2005) era a chance da ChampCar pegar todos estes eventos de volta, já que corria neles antes da IRL “roubar” as respectivas corridas.

Bem como retornar aos ovais europeus de Lausitzring e Rockingham, muito mais a cara de uma categoria americana de monopostos, do que ir para Zolder e Assen em 2007.

E mesmo antes da fusão, o calendário provisório de 2008 poderia contar com o evento em Michigan, já que a IRL havia acabado de descartar a corrida no super-oval, enquanto a CART/ChampCar não competia no estado-sede da indústria automobilística desde 2001. Outra oportunidade desperdiçada por Kevin Kalkhoven e seus asseclas.

Para finalizar o erro, a ChampCar adotou em 2007 a política de não correr mais em ovais, descartando a corrida de Milwaukee, que enfim ficou exclusiva da IRL.

Como se vê, os erros da ChampCar foram os responsáveis pelo próprio insucesso do campeonato desta entidade. Para aumentar a sensação que a categoria não ia bem, houve um monopólio dos títulos por parte de Sebastien Bourdais, que embora fosse um grande piloto, dava a sensação de que sempre o mesmo competidor seria campeão, o que dá a impressão de pouca competitividade, previsibilidade ao campeonato e afasta os fãs de acompanharem o campeonato com mais interesse.

Que o “open wheel americano” volte a ter grandes dias, agora sim, UNIDA!

Um comentário:

  1. Não concordo com tudo que vc disse seu "TGista" hehehe...
    O fato de não correr em ovais eu concordo com vc... realmemte foi vacilo (!) mas não da pra dizer que "era so aproveitar e pegar"... sabemos que os RedNecks Nasquista se apossaram de Michigan e Fontana literalmente. a Champ Car foi um por uma caminho que de certo ponto daria certo sim... como investir em circuitos em grandes "circos" urbanos. mas algumas outras coisas como a tal corrida da Coreia e China... além de Arizona queimaram muito o filme da CCWS.

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