
Muitos pensam que eu não gostava da CART/ChampCar, mas se engana.Eu apenas não acreditava mais em seu ressurgimento após o final de 2003, e por conseqüência acreditava que o melhor caminho do “open-wheel americano” (ou das categorias Indy) seria a fusão da CART com a IRL, que felizmente ocorreu em fevereiro de 2008.
Mas a ChampCar, temos que ser realistas, desperdiçou inúmeras oportunidades de renascer, já que continuou como entidade sancionadora e com campeonato próprio após a venda do espólio da CART para a OWRS em Janeiro de 2004.
Controlada pelo quarteto liderado por Kevin Kalkhoven, que também contava com Gerald Forsythe, Paul Gentilozzi e Carl Russo, a ChampCar procurou trilhar um caminho diferente da rival IRL, descaracterizando o que o “open wheel americano” sempre foi.
Houve acertos, como o mesmo conjunto chassi/motor/pneu para todos os carros, procurando baratear os custos, bem como manter a realização de provas fora do território americano, como no Canadá, México, Austrália e Europa (este último após 2007).
Outro acerto foi tentar correr em mais circuitos de rua em mercados importantes, como o Texas (com a corrida noturna no Reliant Park, em Houston), o Norte da Califórnia (substituindo o isolado autódromo de Laguna Seca pelo circuito nas ruas de San Jose, no riquíssimo Vale do Silício) e com o bem sucedido evento no aeroporto de Edmonton, no Oeste do Canadá.
Mas erraram ao adotar regras diferentes do que havia até então na CART. A começar por um sistema de pontuação diferente, mais confuso, com pontos de números ímpares para as principais posições, o que dificulta as “contas de cabeça” por parte dos fãs.
Outro erro foi em 2007, a adoção da largada parada, igual a que a Fórmula 1 faz. Nenhuma categoria de automobilismo dos EUA ousa adotar outro sistema de largada que não seja o “em movimento”, com a bandeira verde sendo agitada.
E outro erro, fatal, foi ter partido para a política de extinguir os circuitos ovais do calendário.
E oportunidades não faltaram para conseguir corridas em circuitos ovais.
Quando a IRL descartou corridas nos ovais de St.Louis (após 2003), Phoenix e Fontana (após 2005) era a chance da ChampCar pegar todos estes eventos de volta, já que corria neles antes da IRL “roubar” as respectivas corridas.
Bem como retornar aos ovais europeus de Lausitzring e Rockingham, muito mais a cara de uma categoria americana de monopostos, do que ir para Zolder e Assen em 2007.
E mesmo antes da fusão, o calendário provisório de 2008 poderia contar com o evento em Michigan, já que a IRL havia acabado de descartar a corrida no super-oval, enquanto a CART/ChampCar não competia no estado-sede da indústria automobilística desde 2001. Outra oportunidade desperdiçada por Kevin Kalkhoven e seus asseclas.
Para finalizar o erro, a ChampCar adotou em 2007 a política de não correr mais em ovais, descartando a corrida de Milwaukee, que enfim ficou exclusiva da IRL.
Como se vê, os erros da ChampCar foram os responsáveis pelo próprio insucesso do campeonato desta entidade. Para aumentar a sensação que a categoria não ia bem, houve um monopólio dos títulos por parte de Sebastien Bourdais, que embora fosse um grande piloto, dava a sensação de que sempre o mesmo competidor seria campeão, o que dá a impressão de pouca competitividade, previsibilidade ao campeonato e afasta os fãs de acompanharem o campeonato com mais interesse.
Que o “open wheel americano” volte a ter grandes dias, agora sim, UNIDA!
Não concordo com tudo que vc disse seu "TGista" hehehe...
ResponderExcluirO fato de não correr em ovais eu concordo com vc... realmemte foi vacilo (!) mas não da pra dizer que "era so aproveitar e pegar"... sabemos que os RedNecks Nasquista se apossaram de Michigan e Fontana literalmente. a Champ Car foi um por uma caminho que de certo ponto daria certo sim... como investir em circuitos em grandes "circos" urbanos. mas algumas outras coisas como a tal corrida da Coreia e China... além de Arizona queimaram muito o filme da CCWS.